a family standing in a field at sunset

Separação enquanto crise familiar

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12/5/20243 min read

Nos dias de hoje há cada vez mais separações. Na clínica, muitos são os pacientes que, ou estão separados ou em processo de separação, ou os pais passaram ou estão a passar por isso. Note-se que embora a separação seja entre dois adultos, não raras as vezes, os filhos, quando os há, são envolvidos na trama que a partir daí se pode desenrolar.

Pensando na minha experiência profissional, muitas são as crianças e adolescentes que recebo nesta situação, e, embora se verifique que os filhos de pais separados tendem a apresentar mais problemas emocionais e comportamentais, não podemos atribuir as “culpas” à separação per si. O ajustamento a esta nova realidade depende de vários factores, sendo relevante salientar a qualidade das relações; a qualidade da relação entre os pais antes da separação, a qualidade da relação entre os pais após a separação; e a qualidade da relação da criança ou adolescente com os pais.

ARTIGO DESENVOLVIDO POR

Dra. Joana Pereira Lorenzo

a group of people walking up a flight of stairs
a group of people walking up a flight of stairs

A separação pode constituir-se como uma das mais difíceis crises no ciclo vital de uma família. Como tal, requer um período de adaptação. Trata-se de um momento de sofrimento, em que uma multiplicidade de factores potencialmente stressores entram em acção, requerendo necessariamente o encontro de um novo equilibro familiar, mas também individual, e, naturalmente, havendo vários intervenientes, cada um terá o seu ritmo. É essencial respeitar tempos, compreender o impacto em cada um e se necessário procurar ajuda especializada.

É premente que se evitem situações de conflito ou discussões na presença dos filhos ou com o seu conhecimento; verbalizar e demonstrar que eles não são os culpados e que independentemente da separação os pais continuam a amá-los e irão continuar presentes nas suas vidas; manter canais de diálogo abertos e esclarecer eventuais dúvidas ou preocupações; não culpabilizar nenhum dos pais; e estar disponível numa atitude de aceitação, carinho e compreensão.

Não precisa de enfrentar este problema sozinha(o). Estamos aqui para trabalhar em conjunto consigo, para a sua saúde psicológica.

Toda a crise implica mudança, o que não tem que ser negativo, embora possa ser assustadora e, até, potencialmente traumática. Geralmente a crise implica que se passe por um momento de desequilíbrio, o que leva à necessidade de um novo reajuste. Assim, o divórcio, enquanto crise, requer que haja um processo de adaptação e adopção de um novo conjunto de regras e papéis. Para uma criança ou adolescente pode ser especialmente desafiante e impactante na sua saúde e bem-estar emocional. Mais ainda, estes não têm a maturidade, nem as ferramentas necessárias para lidar emocionalmente com esta perda, isso cabe, sim, aos pais, aos adultos. Neste sentido, os pais devem assumir uma atitude responsável e de co-parentalidade, por forma a transmitirem a continuidade e a consistência de que as crianças e adolescentes tanto necessitam. É fundamental reforçar a sensação de protecção e segurança, bem como transmitir disponibilidade e promover espaço para o diálogo, com o intuito de melhorar a adaptação e minimizar o impacto traumático.

Os sentimentos de, tristeza, culpa, rejeição, abandono, medo, insegurança, confusão e zanga, entre tantos outros, são frequentes na criança e no adolescente.

Devido ao seu impacto traumático é possível que possam ocorrer algumas reacções que relevam o seu sofrimento. É importante que se entenda a necessidade e importância de que este seja acolhido e contido pelos pais, os quais devem estar atentos.

  • No bebé e na criança pequena é frequente observar-se um aumento da ansiedade de separação, podem surgir problemas ao nível do sono e alimentação (por exemplo, recusa alimentar), bem como sintomas gastrointestinais, pode observar-se ainda uma maior irritabilidade e tendência para chorar com maior dificuldade em serem contidos e, até, regressões no seu desenvolvimento.

  • A partir dos 4/5 anos tendem a surgir também os sentimentos de culpa face à infelicidade dos pais, pode haver um aumento da frequência de birras, maior irritabilidade, medos e pesadelos.

  • Com a passagem para a idade escolar, acresce a possibilidade de descida nos resultados escolares ou observar-se um sobreinvestimento, na escola.

  • Enquanto que na adolescência poderá, por exemplo, surgir uma maior dificuldade na regulação e gestão das emoções, podem intensificar-se sentimentos de tristeza e desamparo, bem como agressividade e descontrolo ao nível dos impulsos.

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