a woman standing on top of a grass covered hillside

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

PSICOLOGIA E PSICOTERAPIA DE ADOLESCENTESPSICOLOGIA E PSICOTERAPIA DE ADULTOSAUTOESTIMAANSIEDADEPREVENÇÃO DO SUICIDIODESENVOLVIMENTO PESSOAL

11/25/20244 min read

O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, celebrado a 25 de novembro, convoca a sociedade a enfrentar de forma consciente, as diversas formas de violência de género, que impactam profundamente a saúde mental e o bem-estar das vítimas. A violência contra as mulheres, expressa em agressões psicológicas, físicas ou sexuais, está frequentemente enraizada em padrões culturais patriarcais. Na sua essência, constitui um problema de saúde pública e uma grave violação dos direitos humanos.

Para romper esse ciclo, é fundamental investir na prevenção e educação, proporcionando espaços de escuta ativa e intervenção terapêutica. Precisamos de uma mudança cultural e institucional que promova a igualdade e valorize a dignidade de cada mulher, permitindo-lhe viver livre de medo e violência, e assim, alcançar o pleno desenvolvimento emocional e psicológico.

A violência contra as mulheres tem profundo impacto psicológico nas vítimas, que pode ser duradouro e frequentemente persiste mesmo após a cessação da violência, dos quais destacamos:

ARTIGO DESENVOLVIDO POR

Dra. Miriam Pires dos Santos

woman wearing gray long-sleeved shirt facing the sea
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  1. Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT)

    Muitas vítimas desenvolvem PSPT caracterizado por flashbacks, pesadelos, hiper vigilância e uma sensação perigo constante, afetando significativamente a qualidade de vida e o funcionamento quotidiano.

  2. Ansiedade e Depressão

    A violência pode levar a sentimentos intensos de tristeza, desesperança e desamparo, contribuindo para quadros depressivos. A ansiedade é outro efeito comum, com preocupações constantes, ataques de pânico e dificuldades de concentração.

  3. Baixa Autoestima e Autoimagem Negativa

    As mulheres que sofrem violência frequentemente desenvolvem uma autoimagem negativa, com diminuição da sua autoestima, afetando a confiança e a perceção de valor próprio.

  4. Sentimentos de Vergonha e Culpa

    Muitas vítimas internalizam a culpa pela violência sofrida, sentindo-se envergonhadas e relutantes em procurar ajuda.

  5. Perturbações Alimentares e Abuso de Substâncias

    O trauma pode levar a perturbações alimentares como a anorexia ou bulimia, bem como abuso de álcool ou drogas, utilizados como forma de lidar com o sofrimento emocional.

  6. Comportamentos autolesivos, ideação ou tentativas de suicídio

    A violência severa e prolongada pode levar a pensamentos suicidas ou tentativas de suicídio, especialmente em casos onde a vítima sente que não há escapatória ou esperança de mudança.

  7. Dificuldades Relacionais

    O abuso impacta a capacidade de confiar em pessoas, comprometendo relacionamentos na sua rede social. Muitas vezes, há um medo constante de novos abusos, o que pode levar ao isolamento social e à dificuldade de formar vínculos saudáveis.

  8. Problemas de Saúde Mental a Longo Prazo

    O impacto psicológico pode ser prolongado, levando a transtornos de personalidade, distúrbios de sono, e outras condições crônicas que afetam a vida da mulher ao longo dos anos.

A violência contra as mulheres não afeta apenas as vítimas diretas, atinge também as crianças, os homens e a sociedade em geral.

Crianças que crescem em lares onde há violência doméstica são mais propensas a desenvolver problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e perturbação de stress pós-traumático, mesmo que não sejam agredidas diretamente. Podem desenvolver crenças distorcidas sobre o papel e o valor das mulheres, o que irá comprometer severamente a capacidade de construir relações baseadas no respeito e empatia, além de aumentar o risco de reproduzir comportamentos abusivos.

No género masculino, podem ocorrer sentimentos de culpa e vergonha ao testemunhar a violência, especialmente quando ocorre em contextos familiares. Esses sentimentos podem ser intensificados se o agressor for alguém próximo, como um pai, irmão ou amigo, levando a conflitos internos e a uma dissonância cognitiva entre o que acreditam ser correto e o que observam na realidade.

Conclusão

  • Impacto na Sociedade

    A violência contra as mulheres perpetua e aprofunda desigualdades de género, criando divisões e polarizações dentro da sociedade. A presença constante dessa violência mina os esforços para alcançar igualdade e equidade, gerando uma sensação de injustiça estrutural que afeta o bem-estar coletivo.

  • Custos Económicos e Sociais

    A violência contra as mulheres tem implicações económicas significativas. O impacto sobre a saúde mental e física das vítimas, resulta em gastos elevados com cuidados de saúde, perda de produtividade e absentismo. Esses custos não afetam apenas indivíduos, mas a economia como um todo, representando uma perda de capital humano e financeiro.

  • Trauma Coletivo

    Quando a violência contra mulheres é difundida, torna-se uma forma de trauma coletivo. Mulheres vivem com medo e desconfiança, e a sociedade, como um todo, é marcada por uma sensação de insegurança e instabilidade. Isto afeta o funcionamento das instituições sociais e pode comprometer o tecido social, prejudicando a coesão comunitária.

Impacto Psicológico da Violência Contra as Mulheres nas Crianças, Homens e na Sociedade em geral

A violência contra as mulheres é um problema que ultrapassa as barreiras individuais. Para que haja uma mudança significativa, é necessário um esforço coletivo que envolva tanto homens quanto mulheres, promovendo uma cultura de respeito, igualdade e empatia. Ao combater a violência de género, não apenas protegemos as vítimas diretas, mas criamos também uma sociedade mais saudável, justa e coesa, onde todos possam prosperar emocional e psicologicamente.

Não precisa de enfrentar este problema sozinha(o). Estamos aqui para trabalhar em conjunto consigo, para a sua saúde psicológica.

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